20/10/2011

"Quem pensa muito se atormenta demais."

 Perdida. Iludida.

 Os pêlos da nuca se eriçam com um toque de lábios finos e frios. Ela sente a corrente sanguínea esquentar sua face... Mas algo se perdeu.
 Perderam-se palavras e verdades.

 Ela sabe que se esqueceu de abrir os olhos e de respirar. A pressão em seus ouvidos incomoda. Ela enche os pulmões de água. Ela sabe o que a espera.
 Escuridão.

 Um riso baixo entre os lábios juntos, mas ela sabia que não era por causa do contato. Ela sabia, mas também ria.

 Ela sente os pulmões arderem e por um momento se entrega a queda. Seria essa a resposta?
 Não resistir?
 Seus braços se movimentam suavemente entre as vibrações da água.

- Isso é sua culpa. Sabe tão bem que existe promessas que me fiz e que ainda não cumpri, mas, elas foram feitas para serem quebradas. - lábios se tocam, mãos e pulsos fortes.
 Fim.

 Não resistir.
 Os pulmões se encharcam de dúvidas e dores. A consciência se apaga. Uma batida ao fundo.
 Inerte.
 Seu corpo se perdia na escuridão, mas, de algum modo, ela ainda permanecia viva enquanto caia.

- Eu sempre amarei você.




* Frase do título de Augusto Cury.

6 comentários:

Daniela Filipini disse...

"Sempre" é forte demais, demais.

Bruna Morgan disse...

Eu amei o texto, na verdade eu amo a maioria das coisas que você posta!

Carolda disse...

"Sempre" é forte demais, demais. [2]

e a vida é curta demais para ser interrompida assim.

Marcela Brito disse...

e a vida é curta demais para ser interrompida assim.²

lindos textos viu! está de parabens MESMO ♥
dá um conferida no meu blog? *--*
http://simples-fato.blogspot.com

Ilária Oliveira disse...

Que profundo!
Amei.


http://hilariaoliveira.blogspot.com/

Rodrigo Santos disse...

Vejo duas situações. Uma é a vida, o amor, o toque dos lábios... viver. A outra, a revelação da vida, ou seja, a morte!
Não sei se ela pensa enquanto está morrendo ou se uma cena antecede a outra. Mas isso mexe com meu imaginário, cara ><...