09/09/2011

Tente

 Eu sei lá sabe, mas dá uma dor de barriga olhar pra ele, sorrindo desse jeito,vendo as nuvens se aproximarem. E os pés no asfalto, a cara amassada, as mãos suadas. Eu sei lá sabe, mas me dói ver ele aqui, do meu lado e não poder tocá-lo. E não tocá-lo da forma que eu queria. E essa dor que não passa. E tudo que fica.
- Eu gosto de como as nuvens ficam quando está próximo de uma tempestade.
- Eu gosto de você.
...
Eu fui, falei e pronto. Saiu. E a chuva veio. E a rua inundou meu peito. Ele tá martelando sabe. Ele tá batendo feito um condenado.
- Eu-eu vou pra casa. - Ele tem boas pernas pra corrida, sempre teve. A chuva parece deixá-lo passar. Mas eu, eu fico ali, banhando-me, doendo-me.
- Você não vem? - ele grita longe, o som das gotas tampando minha visão, minha audição. Como eu escutei aquilo mesmo? - Você não vem? - ele sussurra, no meu ouvido, minha barriga dói daquela maneira e os olhos dele parecem me queimar. Que inferno. Que seja.
- O que foi? - eu pergunto, esperando, encarando. Ele sorri aproximando-se.
- Eu gosto de você também. - E tudo para. 
Tudo.

5 comentários:

@juusep disse...

São coisas gostosas da vida, como essa que ainda fazem tudo ter sentido.

Luna Sanchez disse...

E ele disse, oba! Ele disse!

=D

Carolina disse...

E ele disse, oba! Ele disse!

=D [2]
é por esse tipo de coisa que a vida vale a pena.

Bruna Morgan disse...

Eu ia dizer antes, mas esse foi o texto que mais amei da edição inteira!
Do jeito que estou a maioria dos seus textos me dão vontade de chorar :)

Geovanna A. disse...

AFFFFFFFFFFFFFF EU AMEI! ANEM, SÉRIO HAHAHA
Uau, fazia tempo que eu não li um texto tão bom assim e tão pequeno, anem! Lindo! Sério