Just love

 Bom, talvez seja uma declaração, um pedido, ou apenas mais um pouco de amor...

 Ele sempre aparece com seu sorriso marcante no rosto, deixando suas bochechas um pouco rosadas com o esforço ( ou será que ficam assim quando está perto de mim?) . E ele pega minha mão para passearmos no parque, praia, shopping. Ele não liga quando paro pra olhar um casal de idosos ou aquele cachorrinho correndo, ele parece admirar. E sua voz meio rouca, um toque romântico me eletriliza, me faz suspirar.
 Ele não sabe, nem deve imaginar, que de noite, quando estou a me deitar, eu penso em seus detalhes, nas rugas finas que teimam em aparecer no meio da sua testa, no repuxar do pulso, como os dedos longos parecem se movimentar com ansiedade no seu violão ou em meu corpo... e penso naqueles olhos gentis, francos, parecem que ao me encarar queimam.
 Então, em qualquer dia seguinte, com nossas rotinas, celulares desligados, longe, a saudade parece apertar, sufocar e tudo parece uma nuvem pesada na minha cabeça, porque eu o quero aqui, eu o quero. E não posso.
 E lá vem mais amor, mais saudade, mais abraços, beijos, apertos, conversas, olhos, respiração, corpos. Ele.
 E eu não sei o que define ele, nem sei o que define nós, talvez, somente, o amor, que de vez em quando parece pregar peças difíceis, parece querer nos quebrar, mas é aí, com esse desafio, que seguimos.
 Eu sigo com ele, com os olhos dele, de mãos dadas com ele, com balões pendurados no pulso, com dia dos namorados somente nossos, sem datas marcadas no calendário, e continuo admirando aquele casal de velhinhos, felizes, rindo. E é somente o amor...