09/12/2011

Desilusão

 Deram-me um tapa na cara. Disseram-me que foi você que pagou pra aquele cara me fazer isso. É feio, você sabe que é feio homem bater em mulher.
 - Desilusões, amor. Desilusões. - alguém balbucia.
 Bufo, reviro os olhos e te procuro. Que merda cara, o copo de Smirnoff Ice ao meu lado não é nada comparado ao litro de wisky que você carrega na mochila que está nas tuas costas. Eu conheço bem teu cabelo. Desgrenhado. Percebo ao longe, vejo tuas mãos na cintura de outra garota. Idiota.
 - Quero ver se você tem atitude, se vai encarar. - sussurro. Amarro meu cabelo para o alto e empurro cada um que está ao meu alcance e vou ao seu encalço.
 - Você deve ser um cara covarde, não tem coragem de bater na minha cara e manda outra pessoa bater. Além do mais, você é um homem ou um menino? Metendo a mão numa garota dessas. - Olho pra garota de franja roxa. Ela arregala os olhos e os cerra rapidamente. Sorrio.
 - Eu não quero falar com você Layla. Você não merece nem a fumaça que sai do cigarro que trago. E além do mais, aquele cara fez isso na sua cara de graça. Ele tinha uns assuntos pendentes com você, ao que parece.
 - Engraçado. Eu penso, de que valeu tudo aquilo então, porque você não admite que me ama. Não tem coragem? Até parece que você tem algum pingo de atitude. - calo-me, percebendo a sua mão ao alto. Mirando meus olhos. Sorrio novamente.
 - Porra Layla. Que merda. Merda. Merda. Por que você faz isso comigo? - Ricardo solta a mão da garota e afaga minha bochecha, ainda se encontrava vermelha. - O que você quer de mim?
 - Eu só quero que você tenha coragem de me encarar, olhar nos meus olhos e dizer tudo. Não seja grosseiro, não seja covarde. Assuma. - eu digo, aproximando-me.
 - Então garota, conseguiu. Eu amo você. E não importa o que eu faça, não consigo marcar nenhum local que seja do teu corpo, preciso machucar meu coração de vez em quando. Feliz?
 - Não muito garoto, não muito. - admito, e o enlaço em um abraço. E penso "desilusão, amor, são desilusões."

4 comentários:

Geovanna A. disse...

As vezes eu me sinto como a menina da franja roxa.
Amei o texto, como sempre.

Naty Araújo disse...

Amei na hora que ele disse que não machucaria nenhuma parte do copo dela, mas o coração dele seria preciso. Acho que foi a parte, digamos... o clímax, até poderia rolar o beijo, depois desse abraço todo aí srs.

E, Elania... sentiu-se na pele da garota?
Pois bem, ela sou eu ali. Isso aí, eu mesma. Não sonhei, mas coloquei como se tivesse sido sonho. Poderia assim dizer que foi um sonhar com os outros abertos? Pois bem, foi isso =\

rejane disse...

oie? adorei seu blog muito lindo...se puder visitar o meu ou seguir agradeceria muito voando-em-sonhos.blogspot.com....abraços para ti e feliz natal...

Elania Costa disse...

Edição Musical 97º Bloínques, não encontrei selo, mas só pra constar:
1º lugar;