10/03/2011

Mais uma música - Parte 10 (penúltimo)


 Atendo o celular, minha face queima diante de tal atrevimento. Eu estava desconfiando que Chuck chegaria a esse ponto,a  me confessar algo, mas minha garganta estava fechada.
- O que você quer? - perguntei bruscamente.
- Nossa. Calma. Só queria saber como está.
- Bernardo, podemos conversar depois? Seriamente? - pergunto ansiosa.
- Sim, tudo bem. - e foi, desligou antes do meu tchau.
 Me virei para Chuck novamente, sua expressão estava impassível, fazendo com que eu fique com raiva. Por que, como tal que é, teve o desprazer de me convidar sem querer? Fiquei pensando e quanto mais eu pensava a raiva subia, eu sabia que o amava, que nunca deixei de o amar, mas a raiva aumentava.
 - Chega. Olha, Chuck, eu era sua namorada, eu confiava em você em todos os segundos, deixava você sair com seus amigos, porque eu sabia que você seria fiel a mim e quando o idiota do Fernando fala que eu fiquei com ele, que eu te trai com ele, ao invés de você dá uma porrada nele por insinuar isso, você vem me perguntar e quando eu falo que não, que eu não trai. O que você fez? Você lembra? Você NÃO CONFIOU  EM MIM. Chuck eu o amava, porra. Te amava muito, sofri muito, chorei, mas para você, pela sua promessa continuavámos sendo amigos, só que pra mim não era. Doía sempre que eu te via. 
 - Não parece que dói agora, não parece que dói quando você está com esse tal de Bernardo. - eu o encaro, seus olhos parecem duros, vidrados. Suspiro.
 - Chuck, ele foi o único que pode me trazer um pouco de paz, foi o único que conseguiu colocar um band aid no lugar que você deixou um buraco. Ele foi o único que me fez sorrir sem pensar em você. Por que eu não me sentiria melhor com ele?! - falo e sem perceber lágrimas escorrem por meu rosto, manchando a maquiagem. Eu queria me debruçar sobre meus joelhos e me apertar ali, ficar ali até que a dor cessasse.
 - Eu te amo. - Chuck sussurrou. Estremeci e mais lágrimas quentes saiam dos meus olhos. - Eu sempre te amei, Selena. Desde o momento em que a vi tocar piano, desde o momento em que vi seu sorriso. Eu era um porre, um idiota por não ter chegado no primeiro instante em você, esperei aquele "trombo" acontecer. Eu esperava que acontecesse todo dia. Eu te tive, eu te perdi por minha conta. Eu não confiei, foi vacilo meu, admito. Mas quando eu vi o Fernando falar de você, de como você beijava, meu sangue ferveu, eu acreditei piamente...Eu te perdi. - sem esperar que ele continuasse, o beijei fortemente, pressionando seus lábios, a saudade me invadindo, o doce hálito entrando em minha boca. Eu apertei meus olhos para que aquilo não fosse um sonho. 
 - Eu te amo. - sussurrei em seu ouvido. E o abracei. Eu sabia que aquilo poderia mudar, eu sabia que tinha sido pouco tempo longe, mas doeu, um dia parecia um ano.
 - O que faremos com o Fernando?
 - E o que eu falarei para o Bernardo? - ficamos assim, com as duas perguntas pairando no ar, enquanto nos olhavámos, desta vez, profundamente. Deixei um sorriso escapar dos meus lábios.
 - Estou um horror. - falei, enxugando meu rosto.
 - Você está linda, sempre fica linda de qualquer jeito, ainda mais assim, com essa maquiagem borrada nos olhos. Fica...sexy. - rimos e ele me beijou desta vez, me puxando para o seu colo e eu apenas cedi, deixando aquele momento acontecer.
(contnua)



ÉE, sério,estou acabando. Não sei se alguém terá paciência para ler essa parte, mas isso, para mim, é mais uma realização pessoal. beijos a todos e bem-vindos novos seguidores.

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