Alexia
Toc toc. Alguém bateu na porta. O piso rangia com os passos que vinham e iam.
- Quem é? - perguntei, já sabendo quem seria. Houve uma breve hesitação e então ele respondeu.
- Stefferson.- corri e destranquei a porta e voltei para a cama.
- Pode entrar. Percebo que você foi bem educado, mas eu sou sua irmã agora, não precisa de tudo isso. - disse, forçando um sorriso. Ele me pareceu nervoso, passando seu peso de um pé ao outro, colocando e tirando as mãos dos bolso, engolindo o que tinha na garganta avidamente. Sentei na cama.
- O que foi?
- Me desculpa, por dizer aquilo, de substituta. - ele fecha os olhos e balança a cabeça. - eu não quis dizer exatamente aquilo.
- Olha, não precisa se desculpar. Eu fui um pouco...rude também.- desta vez sou eu que balanço a cabeça. - Quer saber, tudo bem.- sorrio, reafirmando. meu cabelo, agora liso, fazia cócegas em meu braço.
- Bom. Então, te vejo no jantar.- disse, virando para sair do quarto.
- Que jantar? - pergunto, confusa. Ele vira e responde.
- Meu pai ganhou a promoção que ele tanto queria na empresa. Agora ele é o presidente da filial aqui da cidade. - ele ri um pouco nervoso, e se corrigi. - Nosso pai. Por isso o jantar.
- Deve ser bom. - disse, parando um pouco em cada palavra.
- É ótimo. Você vai ver porque. - e saiu.
Jantar fora. Em um restaurante. Me fez rir. Eu nunca sai pra comer fora em toda minha vida. Deitada na cama, adormeci.
Roger
Ofegantes os dois, paramos. Me senti culpado no exato momento. Empurrei Jessyli, não ligando se iria cair, e fui tomar um pouco de ar.
Alexia invadia cada pensamento. a lembrança de seus cabelos ondulados me trouxeram paz.
- O que foi? - perguntou Jessyli.
- Não podemos fazer isso. Temos que ir embora. - puxei seu braço.
-Ei, para. Para de me puxar, porra.
- Fecha essa sua boca suja. - eu a encaro, esperando que ela me entenda, mas ela ri.
- Roger, o santinho. Tem tanta coisa que deve aprender.
- Com você, nada. - respondi. Ela tentou se desvencilhar do aperto em seu braço, sem sucesso.
- Então me deixe aqui. Sabe onde me encontrar.
- Não vou deixá-la nesse lugar cheio de prostitutas. - ela sorri e se aproxima mais.
- Agora eu também sou uma.
Alexia
Meu vestido vermelho estava impecável. Justo, curto, vivo e... sexy. Retoquei a maquiagem uma última vez.
- Você está linda. Seu cabelo é de fazer inveja.- disse minha ma...mãe. Suspirei.
- Obrigada. - e a abracei. Sei que ela ficou sem jeito, mas sentir o cheiro dela me confortou. Tá, tudo dela poderia ser falso, mas ela não era má.
- Ok. Agora me solte. - disse de um modo rude e a soltei.
As luzes da cidade me ofuscam. As buzinas dos carros me alegram. Nunca vi tanta vida.
- Chegamos. - anunciou Stefferson.
Na entrada uma recepcionista nos atendeu, nos dirigiu a uma mesa e nos deu os cardápios, falou que esperássemos, que alguém viria nos atender. No cardápio existiam nomes difíceis, mas também fáceis, exemplo, macarronada, lasanha...
- O que vão querer? - perguntou um homem com olhos claros, que por um momento lembrou a mim mesma. Ele não foi muito educado, devo admitir. William, meu pai, falou o nome de alguns pratos esquisitos e então o homem me viu, encarou-me. Percebi a palidez em seu rosto. Fiquei na dúvida se devia dizer algo.
- Alexia? É você? - ele pergunta. Senti um aperto na cabeça. Ele me conhecia?! Mas já era tarde,
tinha apagado completamente.
Leia agora a Parte V .
2 comentários:
Adoro.
Obg por sempre marcar sua presença aqui. bj
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