18/03/2011

Segredos

 - Mas ontem eu recebi um telegrama. - ela dissera para o guarda que lhe parara no trânsito.
 - Não quero justificativas moça, você levará esta multa por excesso de velocidade. - ele dissera, enquanto anotava em um bloco a multa.
 - Guarda, eu necessito chegar ao meu destino a tempo, a tempo de impedir um desastre, por favor, não me faça parar aqui. - ela implorava, dava para ver nos seus olhos a angústia que sentia por não estar dirigindo rumo ao seu tão esperado e necessitado destino.
 - Aguarde aqui,é... - verificou o nome da moça na carteira. - Adellayne. - e se dirigiu a sua viatura, passou bons quinze minutos parados, fazendo Ade ficar mais impaciente. O telegrama lhe dissera assim : " Pacote. Bomba. Apresse. Eu te amo." E cada vez mais a moça se desesperava, ela sabia do que pacote se tratava, ela sabia pra onde iria a bomba, ela precisava se apressar.
 - Pronto, senhorita, agora vá devagar e pague sua multa. - disse o guarda e no momento que ele entregou os papéis, Ade apertou o pé no acelerador, não ligando se levaria outra multa, se fosse, o guarda teria que persegui-la.

 A campanhia toca, Allison está tamborilando os dedos na porta, criando coragem para encarar quem quer que fosse. Abre devagar a porta e encara um carteiro, com um pacote enorme. Assinou e o carteiro saiu.
 Allison não sabia do que se tratava, não tinha remetente, estava nervosa. Resolveu deixá-lo sobre a mesa da cozinha enquanto buscava algo para comer na geladeira, Maxsuel ainda se encontrava na cama, mas Allison não conseguia parar de pensar no peso do corpo dele e ao mesmo tempo na raiva que estava sentindo de Adellayne, sua irmã.
 Depois de ter comido um pacote de biscoitos de aveia, examinou o pacote sobre a mesa, apoiando o queixo na mão, ficou ali, encarando. Depois de longos minutos, rasgou o plástico lateral e fez um furo, verificando do que se tratava. Com um espanto, bateu no pacote para longe e foi quando novamente tocavam a campanhia, mas desta vez era com mais urgência. Irritada, Allison verificou quem seria no olho mágico. Adellayne, murmurou para si.
 Correu até a cozinha, escondeu rapidamente o pacote, e foi atender a porta. Estampou um sorriso.
 - Alli, você recebeu algum pacote? - perguntava Adellayne , seus olhos estavam injetados e Alli sabia que Ade havia passado a noite dirigindo.
 - Ahn, não. - sua voz falhou e no momento que Ade paralisou, ela sabia que ela havia descoberto a mentira na sua voz, ela a conhecia tão bem. Sabendo disso, desabafou. - Por que, Ade, por que não me contaram isso? Por que? Sei que você é mais velha que eu, mas não achava que isso, isso poderia mudar minha vida. VOCÊ ME ABANDONOU. Inventando que eu havia sido adotada, inventando que nossos pais morreram quando eu era muito pequena, por isso não lembrava deles. Como poderia lembrar deles? Se nunca os vi. Adellayne por que você escondeu isso de mim?
- Eu não poderia Alli, não poderia contar a você, era muito perigoso. - disse com voz chorosa. - Mas no momento eu não posso explicar, me dê o pacote.
- Pra quê? - quis saber Alli.
- Tem uma bomba dentro dele, não é só sua certidão de nascimento que está lá. É uma bomba, descobriram sobre você. Descobriram. - surpresa, Alli foi até Maxsuel e o acordou, dizendo que deveria ir embora, que depois se comunicariam.
- Alli, me perdoe. - Ade falava enquanto Alli retirava o pacote do esconderijo, e percebendo agora, podia ouvir um leve tique-taque interno.
- Não me chame de Alli. E pode sumir com essa bomba da minha frente, não quero saber o que isso envolve. - aquilo machucou Ade, ela pegou o pacote e o rasgou no meio, retirando a bomba e desarmando-a. Allison ficou com cara de espanto.
- O que você fez? - perguntou.
- Só desarmei a bomba. Agora, é preciso que você se mude, receberá um novo nome para usar, ficará sobre vigilância e peço que tome cuidado com suas companhias. Você não poderá mais ver Maxsuel. - falou Ade, já se dirigindo a porta.
- O que você é? O que você esconde mais de mim? - ela perguntou. Ade se virou e encarou Allison.
- Eu sou sua mãe, eu fui sua mãe, mesmo me fingindo ser sua irmã. Eu sou uma espiã querida, e muitos me procuram para matar, você estaria no fogo cruzado se eu declarasse que era minha filha. Agora, eu preciso ir.
- Ade. - Alli baixou os olhos. - Seja feliz com Lucas. E...eu a considero minha mãe mesmo assim. Me perdoe também. - ambas sabiam que havia muito que conversar, mas agora era preciso escapar dali.
 Ade sorriu para sua filha...

Imagem não muito a ver, mas vale né. :x
Pauta feita para Edição Conto/História e Musical , projeto Bloínquês.
até;)
Notas: 9,56 - 58º Edição Conto/História
9,95 - 2° lugar - Edição Musical

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