Eu não quero ser nada, além de mim. Eu não quero viver me escondendo, me desviando, me segurando para não atacar alguém, para não atacar você principalmente. Seu sangue que pulsa forte na minha presença, enquanto seus olhos verdes me aquecem e eu me pergunto porque isso tudo é real, eu nem deveria existir.
Eu não quero ser esse vampiro que persiste em querer ser feliz, impossibilitando sua vida, doce Genevieve.
- Você está bem Sebastian? - ela pergunta, enquanto mexe nos cds que ando escutando. Rock.
- Sim. Então, como está no trabalho? - eu pergunto, deixando meus devaneios para lá.
- Só alguns acidentes. Você tomou o...é... - ela não consegue dizer sangue, como se tomar sangue fosse repulsivo. Na verdade é, mas é preciso.
- Sim. - falo e mexo no cabelo que pendia na minha testa.
- Pequeno. Algo está te perturbando? - eu olho para seus lábios se movimentando, vendo os vasos sanguíneos, e meu olhar fixa-se na veia que pulsa forte em seu pescoço, ela estala algumas vezes os dedos na minha frente, fazendo doer meu tímpano.
- Você não está bem. - ela conclui. Enquanto vai a geladeira, eu rapidamente saio, sem fazer barulho ao passar pela porta. Genevieve, ficaria bem sem mim, ficaria melhor sem mim. Ouço o barulho dos seus passos correndo sobre a escada, mas já estou longe.
DOIS ANOS DEPOIS.
- Eu não esperava te ver aqui tão cedo. - Genevieve fala, enquanto tiro a jaqueta molhada, seus olhos estão profundos e sérios. Uma aliança cintila em seu dedo, perfurando meu coração parado. Ela abre a porta e deixa uma passagem apontando com a cabeça que eu entrasse. Sem querer seus dedos tocam meu braço, deixando um rastro quente. Exalo o cheiro infectado no pequeno apartamento, de mais alguém...
- Como você está? - pergunto. Ela dá um pequeno sorriso e bebe algo de um copo que estava parado na mesa central.
- Vivendo. - ela responde e se cala, olha para todos os lados, mas não me encara. Enquanto eu reparo cada detalhe mudado na sua feição. Nada que me impeça de amá-la ainda. - E você? - pergunta por fim, segurando o copo com tanta força, que por um momento pensei se ela fosse uma vampira, o vidro já estava dentro da sua suave pele.
- Eu...me encontrei. Me vi, me apaixonei por mim. - falei filosoficamente. - Agora eu sou eu, nada mais além de mim mesmo. - sorri e ela tímida e educadamente sorriu comigo, mostrando sua cova na bochecha esquerda. Desviei o olhar.
- O que o fez retornar aqui?
- Vim aqui... porque, queria poder vê-la mais uma vez, antes de ver o nascer do sol. - Ela exita e contorna o copo com o dedo trêmulo, sua respiração se torna entre cortada e ouço seu coração se acelerar. Ela prende algo na garganta, franzindo os lábios. Vou ao seu lado e beijo suas bochechas, sua testa e levemente seus lábios frios. Encaro seus olhos uma última vez e saio sem dizer mais nada, mas ainda escuto seu sussurro.
- Eu te amo. - foi sua frase final.
Corro para o prédio mais alto esperando o sol chegar em sua plenitude. Eu me encontrei e vi que por ter essa vida, eu deveria ser justo e acabar com ela, antes que eu pudesse machucar aquela a quem eu sempre amarei até o momento final...Genevieve.
Ed. Musical : Nota - 9,5
Ed. Conto/História : Nota - 8,35
2 comentários:
Intrigante, mas muito interessante.
Adorei sua historia. beijos
Aiin que lindo ! *----*
aamo historias de vampiro, adorei , parabéens ! beijos
Postar um comentário