Uma noite de verão qualquer.
Despeço-me dos teus cabelos encaracolados, das noites em claro e dos afagos nas bochechas. Despeço-me das tuas lembranças em mim e de tudo que você é em mim... Mas nem tudo que acaba tem final, não é? Não é desse jeito que você escreve nas mensagens que me envia?
Murilo, eu deveria estar na praia agora, enrolando a saia nos dedos, como de costume, no lual, mas eu estou aqui, sentada na varanda, vendo as nuvens voarem, escrevendo a ti um sinal para você seguir. Sem mim.
As vidas seguem, a minha seguiu, mesmo que tenha doído no começo sem ti, eu consegui. Você faz ideia do quanto isso é difícil? Como eu te disse, na maioria das vezes só o amor não é suficiente. Existe outras coisas querido. E eu quero que você aprenda que, esses anos que se passaram foram o fim. Acabou.
E desta vez despeço-me dá tua frenética onda de ciúmes que me entupiam as veias de raiva, despeço-me do teu egocentrismo e da tua tirania. Mas além de tudo, despeço-me da parte em mim que ficou em ti.
Só que no fim desta carta eu tenho que concordar contigo. Nosso fim ainda não chegou, só está no modo pause, por muito tempo.
Viva bem, cuide bem, e retire-me da parte que atrapalha tua vida, assim como fiz. Assim como tento.
Um comentário:
Elânia, que incrível! Fiquei com vergonha da minha participação, mas ok. Nossa, eu amei a sua carta. Estou torcendo para que ganhe! (yn) Beijo beijo
Raíssa [smileonly-now.blogspot.com]
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